Luis Borges Gouveia

Baseado na premissa de que a Wikipedia compreende a agregação de informação num formato muito idêntico ao de uma enciclopédia, não é possível deixar de referir que todo o material retirado desta possui, entre outras, duas características:

• trata-se de de uma recolha de informação, típica de segunda fonte, podendo fornecer uma redução ou parte da realidade que quem recolhe a informação não pode verdadeiramente ajuizar no contexto que lhe é fornecido;
• por ser de acesso fácil e imediato pro via da World Wide Web, tanto um número crescente de pessoas recorre como ponto de partida para as suas pesquisas (muitas vezes concluem aí as mesas): o resultado é trabalhos semelhantes, muito idênticos e com o mesmo perfil de abordagem (afectando a diversidade).

Recentemente foi discutido o tema num Blogue para o qual foi alertado (obrigado Ana Cláudia!). De facto é um problema real. Na minha perspectiva, uma enciclopédia é o primeiro acto de ignorância quando citada em trabalhos de pesquisa de informação mais sérios, porque se trata de uma segunda fonte, mas dai até a proibir...

Uma melhor estratégia consiste em sensibilizar para o facto de não podermos ver o mundo através de uma lente por melhor ou mais credível que nos parece, mas tentar aprofundar o tema ou assunto de modo a recolher informação directamente onde esta ocorre. Cessar de o fazer é garantir um desconhecimento mais tarde ou mais cedo da realidade e de bons hábitos daquela que hoje em dia é considerada uma competência crítica da informação e que exige confrontar e validar toda a informação que nos é proporcionada.

Uma enciclopédia é um elemento de referência e de confirmação de temas para os quais necessitemos de um auxilio e tomada de contexto, mas não para o seu aprofundamento.

Por exemplo, pesquisando na Wikipedia em Português por fontes de informação somos direccionados para fontes em jornalismo (ver). Fazendo essa mesma pesquisa em Inglês, obtemos isto. É assim, não é!

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