outubro 21, 2007
Da oferta para a procura (ensino superior)
A mudança da oferta para a procura no ensino superior está a ocorrer.
O efeito conjugado do digital, da globalização e dos desafios que se colocam num momento em que a "nossa" Europa sente um mundo diferente, desde a existência dos BRIC (Brasil, Rússia, India e China) até às questões do ambiente, energia e desenvolvimento sustentável, não podem deixar de se reflectir na prática do ensino superior.
No contexto europeu essa resposta é realizada pelas propostas conhecidas por processo de Bolonha e em Portugal, enquadradas num novo regime jurídico para as instituições de ensino superior. Este último RJIES, cujo impacto verdadeiro apenas será conhecido 18 meses após a sua entrada em vigor e que marcará a coragem e força para o seu real cumprimento.
Numa perspectiva bastante simplista, apenas o requisito de um doutorado para cada trinta alunos poderá implicar consequências para a maioria das universidades portuguesas. Das cerca de 30 instituições, repartidas de forma igual por públicas e privadas, cerca de quase duas dezenas não podem cumprir esse rácio com o número de doutores actual ou a formar nesse espaço de tempo.
Mas o essencial do processo de Bolonha não é o orgânico das instituições (e que penso irá concentrar o esforço da maioria no curto prazo). As novas práticas, os novos públicos, o esforço de internacionalização e uma maior aposta na geração de conhecimento que potencie a produção científica, a ligação universidade-empresa e a inovação são factores que vão distinguir aqueles cujo futuro será mais risonho.
Os desafios são muitos e complexos.
O trabalho a realizar é ainda maior.
O envolvimento de todos é necessário: professores, alunos e funcionários - ex-alunos, empresários, pais e sociedade civil. As instituições que interagem em interesses e território e os responsáveis políticos. Essa chamada é também importante na medida em que a capacidade de produzir conhecimento que seja útil, global e competitivo, exige colaboração, partilha e empenho.
A título de exemplo, a Universidade Aberta do Reino Unido exorta os seus docentes à mudança, com uma frase que exemplifica bem, a mudança da procura para a oferta: "a mudança radical do modelo comum de ensino por transmissão de conhecimento para uma postura que vá para além dos conteúdos programáticos, focados no que é para ser conhecido, para uma ênfase em ensinar como cada um deve chegar de facto a aprender."
Para quem queria mudança (e todos nós a queríamos...), temos aí um bom desafio pela frente!
O efeito conjugado do digital, da globalização e dos desafios que se colocam num momento em que a "nossa" Europa sente um mundo diferente, desde a existência dos BRIC (Brasil, Rússia, India e China) até às questões do ambiente, energia e desenvolvimento sustentável, não podem deixar de se reflectir na prática do ensino superior.
No contexto europeu essa resposta é realizada pelas propostas conhecidas por processo de Bolonha e em Portugal, enquadradas num novo regime jurídico para as instituições de ensino superior. Este último RJIES, cujo impacto verdadeiro apenas será conhecido 18 meses após a sua entrada em vigor e que marcará a coragem e força para o seu real cumprimento.
Numa perspectiva bastante simplista, apenas o requisito de um doutorado para cada trinta alunos poderá implicar consequências para a maioria das universidades portuguesas. Das cerca de 30 instituições, repartidas de forma igual por públicas e privadas, cerca de quase duas dezenas não podem cumprir esse rácio com o número de doutores actual ou a formar nesse espaço de tempo.
Mas o essencial do processo de Bolonha não é o orgânico das instituições (e que penso irá concentrar o esforço da maioria no curto prazo). As novas práticas, os novos públicos, o esforço de internacionalização e uma maior aposta na geração de conhecimento que potencie a produção científica, a ligação universidade-empresa e a inovação são factores que vão distinguir aqueles cujo futuro será mais risonho.
Os desafios são muitos e complexos.
O trabalho a realizar é ainda maior.
O envolvimento de todos é necessário: professores, alunos e funcionários - ex-alunos, empresários, pais e sociedade civil. As instituições que interagem em interesses e território e os responsáveis políticos. Essa chamada é também importante na medida em que a capacidade de produzir conhecimento que seja útil, global e competitivo, exige colaboração, partilha e empenho.
A título de exemplo, a Universidade Aberta do Reino Unido exorta os seus docentes à mudança, com uma frase que exemplifica bem, a mudança da procura para a oferta: "a mudança radical do modelo comum de ensino por transmissão de conhecimento para uma postura que vá para além dos conteúdos programáticos, focados no que é para ser conhecido, para uma ênfase em ensinar como cada um deve chegar de facto a aprender."
Para quem queria mudança (e todos nós a queríamos...), temos aí um bom desafio pela frente!
Etiquetas: Comentários, ensino superior, soc informação
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