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março 26, 2007

Estar presente 

No decorrer da minha actividade profissional tenho por vezes a oportunidade de visitar sítios que povoam o meu imaginário que foi construído na escola e no testemunho dos acontecimentos históricos que são relatados nos contextos mais diversos, desde a família, até a documentários de televisão.

Entre estes, a segunda guerra mundial ocupa um lugar especial e mais ainda sendo os meus país nascidos na década de 20 do século anterior assistiram já no decorrer da sua vida adulta a esse momento histórico. Dessa forma, desde muito cedo me recordo de ouvir estórias da história e também do holocausto.

Assim, não será de estranhar que no decurso de uma participação num evento na Polónia, na cidade de Cracóvia, não resisti a fazer 120 Km para ir ver um dos locais de exterminação e campo de concentração Nazi.


Confesso que foi uma experiência forte. Esse contacto com a história causou em mim, um bem maior impacte que o que eu próprio poderia esperar. Como lição não poderia ser maior e verifiquei o que já temia ser verdade: que o holocausto foi algo de inqualificável e que o seu testemunho e o nosso conhecimento dos seus pormenores e vivência são um choque tal e uma enormidade que de facto não deve e não pode ser esquecida.

A visita a Auschwitz é em si uma experiência connosco próprios - esta frase é mais fácil de compreender por quem de facto esteve lá (ver site do museu). Como não poderia deixar de ser tirei diversas fotos com o meu telemóvel, das quais selecciono mais duas:

A entrada em Auschwitz I, o local da origem histórica do campo de concentração com o seu lema que reclama que o trabalho liberta a mente (algo de muito cínico, no contexto do trabalho escravo...)
Uma fotografia pessoal deste portão com os dizeres em questão:


Adicionalmente a este campo de concentração, existe ainda um campo de extermínio, Auschwitz II - Birkenau, onde mais de um milhão de pessoas foram assassinadas em menos de três anos - algo como uma média nunca inferior a 1000 pessoas assassinadas por dia!
Uma outra fotografia deste último local, com o ponto de entrada dos comboios que por uma razão de eficiência descarregavam directamente as pessoas no campo de extermínio (conhecido como o portão da morte) tem um valor igualmente simbólico:


Por uma outra porta ao lado desta, entravam transportes viários entre os quais ambulâncias da cruz vermelha que os Nazis utilizavam para transportar os produtos químicos usados para gasear os prisioneiros, na sua maioria Judeus - mais uma estória a juntar a muitas...

A carga destes locais é pesada e sente-se... como uma das inscrições indicava no museu: é necessário nunca esquecer e pessoalmente, algo mudou dentro de mim depois de lá estar.

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Comments:
Quem quer que seja que entre em Auschwitz, dificilmente sairá de lá indiferente. O cheiro o clima e um ar de ambiente pesado, fazem arrepiar qualquer um. A vida continua e temos de seguir em frente, mas passar por Auschwitz, faz-nos de algum modo entender o quanto terrivel terá sido para quem por lá passou naquela altura.
Ver um filme sobre a 2ª Guerra Mundial, onde existem os campos de concentração, mete-nos repudio e indignação, mas depois de se passar por Auschwitz, esse sentimento é bem diferente, para pior.
 
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