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dezembro 15, 2006

Um ensaio sobre a festa 

Um outro título para este texto poderia ser vícios privados, virtudes públicas.
É muito mau, quando se altera este mote, imaginem o efeito para a nossa classe política e económica...

Muito se tem falado actualmente de um certo livro e de um determinado dirigente desportivo. Vários tem sido os factos que associados com o clássico "disse que disse" tem caracterizado e alimentado um clima de suspeita que está a atingir níveis verdadeiramente insuportáveis.

Não é, no entanto, caso novo, muito menos virgem... Desde que me conheço, que os três grandes clubes nacionais tem dividido protagonismos mais ou menos românticos, mais ou menos confirmados, mas acima de tudo muito falados. Nestas coisas do futebol, o segundo lugar não é bom e a história só se faz dos que ganharam (desconfia-se que a qualquer custo...).

Curioso é que, também será verdade, que o futebol é apesar de tudo, uma das áreas de excelência e de representatividade do nosso país. Corresponde a muitos euros de importação de serviços e ainda outros mais de imagem, marketing e direitos de natureza diversa, associados com uma indústria que reclama cada vez mais para si, um papel voraz que tudo devora à sua volta.

Se calhar, esse é um dos problemas: o dinheiro!, sempre o dinheiro? - que se traduz na atracção de indivíduos tal e qual como a luz atrai insectos numa noite de verão, em que desde o mal estar, a doenças várias e a uma diminuição acentuada da qualidade de vida pode ser atribuída a estes bichinhos, sem que para tal contribuam com algo de verdadeiramente positivo. Poder-se-à falar da natureza humana (ou animal) e da necessidade de preservar uma fauna que por vezes dá jeito. Percebe-se agora que não... em nenhum dos três grandes dá mais jeito que os estragos que produz (principalmente pelas condicionantes que, com o tempo, vai criando). Todos os três grandes clubes nacionais sabem e viveram na primeira pessoa experiências destas e um deles (SCP) parece ser o primeiro a antecipar um tempo de mudança. Tanto o SLB, como o FCP tem de se lhe seguir em nome das suas SADs e de princípios morais e éticos a que o poder político não pode mais fechar os olhos - o contrário seria delapidar o que resta de um estado de direito que procura quase em desespero encontrar o seu rumo. Espera-se que outros sectores se lhe possam seguir, nomeadamente o político (que não é melhor em comportamento e é bastante pior em resultados).

Em Itália, depois na Inglaterra e antes em França e noutros países francófonos, uma regulação desta indústria já começou. Em Portugal parece estar em andamento. Penso que teremos muitas surpresas e outras tantas histórias de gente que vem do escuro atraída para a luz que vão animar o nosso cantinho à beira-mar plantado.

Afinal não somos tão diferentes assim. Uma nova regulação de ética exige novas pessoas para um velho futebol. A começar na FPF, acabando nas diferentes associações envolvidas. Ah! é necessário ainda considerar a não colocação de Juízes em lugares de direcção desportiva e, em especial, justiça desportiva. Se calhar, tal como no caso da religião, a paixão futebolística afecta mais que une, distorce mais do que ordena e nem os homens da lei parecem estar isentos.

Penso que o próximo ano será de um crescendo em festa - e que festa!
Ninguém vai ficar de fora e teremos todos muito que ler. Verdadeiramente, esta é uma verdadeira reforma ou a oportunidade para tal. Exige antes do mais, o acordo de todos os implicados ou, com a sua concordância, uma forte liderança de alguém que seja do respeito de todos (ou quase todos) e (sim! acho mesmo necessário!) algo semelhante a um acordo de regime.

Pois é! a festa tem de ser mesmo feita com os que cá estão!

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