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dezembro 27, 2006

A população na área metropolitana do Porto 

Conforme um artigo recente no jornal Público (ver aqui) a população do concelho do Porto está a níveis de 1911 e a perder habitantes para as cidades limítrofes. Esta tendência irá continuar por mais uns anos e caso não se faça nada (ou se continue com as políticas actuais) o resultado será a criação de área abandonadas no centro histórico em áreas significativas da cidade (fenómeno que já é bastante visível e pessoalmente me entristece enquanto alguém que fez o seu ensino secundário no Porto e que guarda memórias de lugares com vida que estão vazios actualmente).

Uma lógica estranha de centralidade nos transportes que se manteve até à bem pouco, o custo exagerado e nada competitivo do estacionamento para particulares no centro da cidade e o custo excessivo da imobiliária de serviços e principalmente de comércio tiram cada vez mais actividade à cidade. Aliado a este fenómeno, a qualidade do parque imobiliário e a sua manutenção, a falta de um mercado de arrendamento e as facilidades existentes nas casas existentes (falta em muitos casos de elevadores, de garagens e locais de estacionamento, e mesmo em situações limite de acesso a casas de banho de qualidade ou a uma instalação eléctrica adequada leva a que as casas mais antigas não sejam opção. Restaurar, requalificar e dimensionar para a vida moderna este tipo de habitações é essencial.

Ainda fica bem mais caro e é bem mais complexo requalificar o velho, do que comprar o novo. E parece que ainda é considerado bem mais lucrativo para municípios e agentes essa opção. O problema é que já a curto e médio prazo, o custo da "fuga" de população é enorme e significa pior qualidade de vida para todos, possuindo ainda um impacte ambiental terrível.

Ah! e sempre a propósito da velha questão do que é verdadeiramente o Porto e de como este afecta e é afectado por toda a região que o envolve. Verdadeiramente, enquanto se estuda a perda e ganhos de população entre um mesmo território que é a Área Metropolitana do Porto (AMP) está verdadeiramente a discutir-se quais os bairros que ganham num movimento que é comum a uma cidade e que é o ciclo de rejuvenescimento das diferentes partes desta.

Só considerando a AMP se tem a dimensão do problema e se pode efectivamente resolver o essencial que é a qualidade de vida das pessoas. Verdadeiramente, notícias como esta, mostram uma vez mais a falência da divisão que já é artificial do Porto, de Gaia, da Maia e de todas as cidades em volta da AMP.

Até quando e com que custos sociais se vai ignorando a AMP como cidade?
Até quando a falta de coragem política para discutir o tema que na minha opinião é o mais urgente para a região que é minha e dos meus filhos? (presumo de muitos outros também, ou não será?)...

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