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dezembro 03, 2005

Uma reflexão sobre a supervisão de mestrados 

O mês de Novembro foi para mim um mês de celebração no que diz respeito ao trabalho de supervisão de dissertações de mestrado.

Dos quatro alunos inicialmente aceites para supervisão no ano de 2003, três deles chegaram a bom porto (neste caso Aveiro...) com bons trabalhos e, penso, com uma boa experiência.

Tratou-se de um percurso de cerca de dois anos de aprendizagem e luta contra as actividades e incidentes normais de quem se dispõe a fazer um trabalho deste tipo. Nuns casos ou noutros, mudanças de emprego, filhos, troca e mesmo construção de casas, promoções ocorrem. E estes são apenas alguns dos acontecimentos possíveis, só para referir os mais positivos!

Actualmente, quem faz um mestrado já não é apenas o assistente ou aquele que pretende seguir uma carreira universitária (e ainda bem!). Existe um universo de pessoas que pelas mais variadas razões embarcam nesta aventura pessoal, em parceria com um supervisor que tenta incentivar, orientar, ser confidente e também um amigo mais avisado e com mais experiência do que pode ser feito ou não - o trabalho, esse, deve e tem de ser realizado pelo aluno.

Uma taxa de 75% de sucesso é para mim uma alegria e uma prova de que vale a pena o empenho e a proximidade a um número necessariamente pequeno de orientandos. Esta é também uma das actividades nobres de ser professor universitário.

No entanto, fica também o reparo para todos. No caso da grande maioria dos professores universitários, não é tomado em consideração este trabalho, quer para efeitos de renumeração, quer para efeitos de promoção. Trata-se daquilo que eufemisticamente se chama útil para efeitos de curriculum. Acrescente-se que despesas diversas como deslocações, custos de comunicação e outros ou são incluídos em projectos ou são simplesmente assumidos pelos supervisores. Pelos vistos, há quem pague para trabalhar.

É claro que existe espírito de missão e muitos bons exemplos de supervisores entre os professores universitários, mas talvez estas questões ajudem a explicar as taxas de sucesso e a falta de supervisores - pela minha parte vou tentar continuar com o ritmo de 3-4 dissertações por ano e com o gozo de defender as taxas de sucesso alcançadas.

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