dezembro 16, 2004
Porque sou do F. C. do Porto
Embora tudo o que tenha a ver com paixões não tenha de ser explicado, cabe talvez um pensamento sobre este clube de futebol. Adianto que, felizmente tenho muitas paixões, e tal assegura um movimento de vida que, de outra forma, se revelaria cinzenta.
É precisamente este cinzento, prodigioso, pesado, assombrado, nostálgico e muito crente em si, que de tão luso de o ser, nos tornou em sociedade pequena e desconfiada, quer de sí própria, quer daqueles que lhe são mais próximos.
Perante a ditadura dos resultados e das capacidades demonstradas, quer internamente, quer externamente, como é possível esta falta de notícia, de celebração, de reconhecimento e muito acima disso de potenciar os casos de sucesso.
Talvez que os mais serios, porventura mais competentes, tenham dificuldades acrescidas em serem considerados dentro de portas. E isto é a forma do clube e, obviamente dos seus dirigentes de encarar o planeamento, o dia a dia e as operações associadas com a equipa de futebol. Assegurar em décadas, ciclos de vitórias regulares dentro e fora de portas, demonstra de forma segura e determinada o querer de quem sabe fazer, é capaz e suficientemente humilde para se reinventar em novos e promissores esforços de trabalho, dedicação, concentração e paciência.
Talvez mesmo, o FCPorto tenha deixado de ser apenas um clube, que nos últimos tempos a sua própria região aprendeu a desprezar acima do tradicional amor e ódio que um clube pode despertar. Não celebramos as pessoas, mas personalizamos. Reduzindo êxitos recentes a treinadores e dirigentes. Curiosamente, estas últimas figuras, de carácter forte e determinante que são, em conjunto, apontadas por todos como os pontos de êxito, assumem para sí, muito mais o papel de coordenadores de uma equipa de confiança, com competências adquiridas por força do trabalho, do erro, dos talentos individuais e da forte confiança e lealdade que os anima. Talvez por isso, uma quebra num destes pontos seja uma quebra de ruptura entre esses homems que continuam amigos, admiradores mútuos e recordam o momento que passaram como mais um momento de aprendizagem, sem dramas e em nome dos interesses da continuidade no caminho da excelência. Para tal é preciso ter um rumo, uma crença e a coragem de assumir as nossas opções, sabendo de antemão, que muitas deles se vão revelar erradas - esse é o caminho dos audazes.
A instituição F. C. Porto exige mais de todos nós: personifica a excelência num país que apenas remotamente e por acidente conhece esse conceito. Por se tratar de um grupo de pessoas (êxito colectivo), numa área competitiva e visível como o futebol, ainda mais tal se torna um caso de estudo que a todos deveria inspirar.
Confesso que acompanho o F. C. Porto, com empenho, esperança, admiração e com expectativa de aprender mais, de também fazer melhor e de lidar com o real que é sempre menos redondo, amigo e previsível do que a vontade o faria ser.
Desta forma, também o F. C. Porto, já não é apenas um clube de futebol para mim. É a prova provada que, no local onde vivo, é possível ser e viver sem os complexos, os tiques e principalmente as justificações de sermos tão bons ou melhores que os outros.
É que, desta forma, mesmo as derrotas nos trazem aprendizagem e com elas vem a necessaria mudança de que o mundo é composto - pelo menos para aqueles que o querem.
É precisamente este cinzento, prodigioso, pesado, assombrado, nostálgico e muito crente em si, que de tão luso de o ser, nos tornou em sociedade pequena e desconfiada, quer de sí própria, quer daqueles que lhe são mais próximos.
Perante a ditadura dos resultados e das capacidades demonstradas, quer internamente, quer externamente, como é possível esta falta de notícia, de celebração, de reconhecimento e muito acima disso de potenciar os casos de sucesso.
Talvez que os mais serios, porventura mais competentes, tenham dificuldades acrescidas em serem considerados dentro de portas. E isto é a forma do clube e, obviamente dos seus dirigentes de encarar o planeamento, o dia a dia e as operações associadas com a equipa de futebol. Assegurar em décadas, ciclos de vitórias regulares dentro e fora de portas, demonstra de forma segura e determinada o querer de quem sabe fazer, é capaz e suficientemente humilde para se reinventar em novos e promissores esforços de trabalho, dedicação, concentração e paciência.
Talvez mesmo, o FCPorto tenha deixado de ser apenas um clube, que nos últimos tempos a sua própria região aprendeu a desprezar acima do tradicional amor e ódio que um clube pode despertar. Não celebramos as pessoas, mas personalizamos. Reduzindo êxitos recentes a treinadores e dirigentes. Curiosamente, estas últimas figuras, de carácter forte e determinante que são, em conjunto, apontadas por todos como os pontos de êxito, assumem para sí, muito mais o papel de coordenadores de uma equipa de confiança, com competências adquiridas por força do trabalho, do erro, dos talentos individuais e da forte confiança e lealdade que os anima. Talvez por isso, uma quebra num destes pontos seja uma quebra de ruptura entre esses homems que continuam amigos, admiradores mútuos e recordam o momento que passaram como mais um momento de aprendizagem, sem dramas e em nome dos interesses da continuidade no caminho da excelência. Para tal é preciso ter um rumo, uma crença e a coragem de assumir as nossas opções, sabendo de antemão, que muitas deles se vão revelar erradas - esse é o caminho dos audazes.
A instituição F. C. Porto exige mais de todos nós: personifica a excelência num país que apenas remotamente e por acidente conhece esse conceito. Por se tratar de um grupo de pessoas (êxito colectivo), numa área competitiva e visível como o futebol, ainda mais tal se torna um caso de estudo que a todos deveria inspirar.
Confesso que acompanho o F. C. Porto, com empenho, esperança, admiração e com expectativa de aprender mais, de também fazer melhor e de lidar com o real que é sempre menos redondo, amigo e previsível do que a vontade o faria ser.
Desta forma, também o F. C. Porto, já não é apenas um clube de futebol para mim. É a prova provada que, no local onde vivo, é possível ser e viver sem os complexos, os tiques e principalmente as justificações de sermos tão bons ou melhores que os outros.
É que, desta forma, mesmo as derrotas nos trazem aprendizagem e com elas vem a necessaria mudança de que o mundo é composto - pelo menos para aqueles que o querem.
Etiquetas: Comentários
Comments:
Enviar um comentário