Luis Borges Gouveia

Por vezes, quando as organizações assumem maior notoriedade, fama ou resultados algo muda na forma como as vemos. As organizações tendem a ser vistas, elas próprias, como algo "vivo" e autonomo. Algo de verdadeiramente sólido e intemporal; um colectivo impessoal que impõe a sua presença e não depende de nada e ninguém.

Ora nada de mais errado pode acontecer. De facto, as pessoas, em menor ou maior número, a sua visão, o seu empenho e dedicação são as organizações. Não existe uma organização sólida e saudável, sem pessoas empenhadas e solidárias.

Tal não significa que se anulem, nem tão pouco que tenham de aprender a viver juntas. É necessário, isso sim, ideias partilhados e uma visão conjunta e partilhada. Agora, o que exige maior reflexão é perceber, que as organizações também podem ser pessoas...

...não, no sentido de um indivíduo ser ele próprio uma organização (passe o divertido dessa ideia), mas de humanizar a organização com tudo o que se associa a uma pessoa - criatividade, defeitos, virtudes e oscilações de vontade, clareza de rumo e sustentabilidade de convicções e princípios.

Que o primeiro indivíduo que não reconheça esses momentos, se pronuncie! Engraçado, é que o mesmo poderemos dizer das organizações - dessas organizações que são suficientemente fortes para parecerem pessoas.

Como é saudável viver com algumas destas!

Etiquetas: Comentários